18 de Fevereiro

Um coração apaixonado por você

Vivendo no mundo da lua, suas luas, seu universo tão particular, letrado pela sua leseira, pelo seu modo particular de não enxergar a vida, seu celular sempre desatento...  Nelson Filho talvez nem se dê conta.

Que o carnaval de Mossoró tem, hoje, no seu bloco, a melhor expressão do que é a tal felicidade.
Porque aquelas troças de outrora, cheias de ranço; as de agora destinadas a partidos e a classes são, além de chatas, monocromáticas.

O bloco de Nelson Filho não.

Como ele, que hoje dirige o Teatro Municipal de Mossoró, seu bloco é plural.
Erroneamente chamado de “bloquinho”, um com lead de “é pequeno mas vai crescer”, a festa é um arraso.

"Tudo errado".

Já é um bloco que toma conta de uma cidade inteira.

E mesmo que tenha um que torcendo contra, ou festas alhures... não tem quem tire de Nelson Filho a beleza de ser o que é.

Nem a chuva.
Aliás, nem foi a chuva.
Foi um toró.
Vento, muita água, trovões, raios, trovejadas.
Mas ele estava lá.
O bloco dele também.

E uma multidão no meio das ruas. Que estouro!
Que boiada!

O cara levou pra rua uma verdadeira multidão.
Precisa, sim, se organizar muito, montão.

Trocar nomes, se acompanhar de gente que sabe fazer, acontecer, aluvião.
Colocar na sua comissão de frente um bloco que faça por onde: bateria, esquente, júri, espalhafato na multidão.

Mas Nelson Filho cumpriu, principalmente, o papel de fazer feliz uma cidade inteira.

Mossoró, que tempos atrás nem cogitava não tem folia hoje tem, na sua alegria, a certeza de um blocão.

Mesmo com a cultura da cidade indo de mal a pior, mesmo com carnaval e a sua história esquecidos pelo poder público, mesmo com a saudade infinda que temos de figuras como Cristina dos Pimpões, os blocos de outrora, os bailes, as agremiações... o que ficou no passado, escrito em muitas canções.

Danado, Nelsinho resgata tudo isso!

Foto: Pacífico Medeiros
 

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